Na poesia não há final feliz.
Os poetas acabam
por viver a sua loucura.
E são retalhados como gado
(aconteceu com Darío).
Ou então são apedrejados e acabam
por se atirar ao mar ou com cristais
de cianeto na boca.
Ou mortos pelo álcool, drogas, miséria.
Ou pior: poetas oficiais,
amargos habitantes de um túmulo
chamado Obras Completas.

José Emilio Pacheco, trad. Bruno M. Silva