A beleza (ao contrário da fealdade) não se pode explicar verdadeiramente: ela diz-se, afirma-se, repete-se em relação a cada parte do corpo, mas não se descreve. Tal como um deus (tão vazia como ele), apenas pode dizer: 'eu sou quem sou'. Só resta ao discurso afirmar a perfeição de cada pormenor e reenviar "o resto" ao código que inaugura toda a beleza: a Arte.

Roland Barthes