Esta manhã não lavei os olhos – pensei em ti.
Se o teu ouvido se fechou à minha boca
poderei escrever ainda poemas de amor ?
A arte de amar não me serve para nada.
Um fogo em luz transformado.
Subitamente, a sombra.
Há dias em que morro de amor.
Nos outros, de tão desamado,
morro um pouco mais.

Casimiro de Brito (1938-2024)