Existe, de facto, um cansaço. Não apenas na relação com a tecnologia. É com a cultura da prestação, da visibilidade, da moral numérica, de ser empreendedor de si mesmo, de pensar em si mesmo como um falhado se não se alcança um sucesso que é considerado apenas em função de métricas. É um ecossistema cultural que tem de ser compreendido nas suas várias vertentes para podermos pensar em desautomatizar e em activar outros sistemas de sociabilidade, de intervenção na sociedade, de cuidado de si próprio, de apreciação da estética, do mundo, do silêncio.

Vania Baldi