A bolsa ou a vida
Isso é o que não se cansam de nos pedir
como se a alternativa fosse iniludível
e o transe de decidir mais importante que o resultado da ação.
O que não está bem é a forma de propô-lo
e que justamente a solicitação impugne com urgência de revólver uma ou outra coisa
sabendo que ambas nos foram confiadas em empréstimo
como quem diz por uma temporada
e que igual daria pedir tudo por último.
Que usem navalha, arma de fogo ou que nos passem simplesmente a conta
não modifica de forma alguma o marco da situação
nem diz nada contra as regras do jogo.
O que nos desgosta é o cortante da fórmula
ou talvez o fato de que para responder
não possamos dispor nem da vida nem da bolsa.
Juan Calzadilla