Cada golpe de amor é um amante livre
que gira pela noite escura cobrindo-me de céu
nasce e morre o mundo e eu vendo teus olhos que se deitam
sobre meu peito de constelações tardias
cravadas no espaço da recordação.
Cada amor é um amante que libera
a roda escura pelo centro da alma
nasce e morre o mundo e eu desterrada em uma velha caixa de papelão
como a umidade da chuva e mofo distante
que já bem gasto vive no recanto do lixo
Cada amor, que é lembrança
vive pelas ruas da clara luz e das sombras
nasce e morre o mundo um dia qualquer conspira a culpa
revela aparentemente uma queixa rançosa
que não gasta o amor tanto quanto pagar uma penitência
Ana Mendoza