Não sei senão do ínfimo e do murmúrio das pequenas coisas,as que não chegam à palavradesenhando-se sob os álamos,em quieta reverberação.E nada sei, senão desse cantoInvisível, mais sonho que metáfora,do tempo que é no frutoou do que sabe ser sol, sem alardedo breve e da passagem.E nada sei dessa grandiloquência dos homens, das suas promessase dos gestos que traem o coração, dessa palavra ou excesso que mataa perfeição circular do instante.Se é vida, sangue ou oiro,nada sei, nada de nadaescondido que ele éno ínfimo e na sombra. Oculto.Maria João Cantinho
do ínfimo
Publicado em 1 de Março de 2025