Modus vivendi

"bene senescere sine timore nec spe"

blogue de Ana Roque

29 de Junho de 2025

Marco Zoppo



24 de Junho de 2025

Anton Raphael Mengs



21 de Junho de 2025

Solstício de verão

O solstício de verão corresponde ao momento em que o Sol atinge a maior declinação em latitude, medida a partir da linha do Equador, em junho no hemisfério norte, e em dezembro no hemisfério sul.

Assim, o início do verão europeu começa em junho, enquanto no hemisfério sul o verão só se inicia em dezembro.

Em 2025 o solstício do verão acontece a 21 de junho às 02h42. Este é o dia mais longo do ano no hemisfério norte.



15 de Junho de 2025

Childe Harold’s Pilgrimage

There is a pleasure in the pathless woods,
There is a rapture on the lonely shore,
There is society, where none intrudes,
By the deep Sea, and music in its roar:
I love not Man the less, but Nature more,
From these our interviews, in which I steal
From all I may be, or have been before,
To mingle with the Universe, and feel
What I can ne’er express, yet cannot all conceal

Lord Byron



24 de Março de 2025

Simon Vouet



24 de Março de 2025

Passagem

Até que a chuva pare (entre muros) Até que o poema aconteça (p’ra lá do verbo) Há o lento preparar de uma nova estação Não está esgotada esta terra (apenas não sabe por onde crescer) Não está esgotado este sangue (em cada nova estação o meu sangue é debutante). Não está esgotada a memória (é de um novo mapa que preciso) Não está esgotado este tempo não está esgotado o passado (descubro também coisas que já vivi) Não me serve já aquela velha agenda de geometria descritiva (onde não encontro o ângulo que procuro) Não está esgotada esta terra Apenas prepara uma nova estação

Rui A.

Publicado em 31 de Janeiro de 2011

Adeus, Rui, querido Amigo


24 de Março de 2025

Os últimos dias de Sakamoto

Fascina-me a noção de um som perpétuo. Um som que não se dissipe com o tempo. Suponho que, em termos literários, seria como uma metáfora para a eternidade.

Ryuichi Sakamoto


21 de Março de 2025

Voltar para casa

Mas porque tem a pessoa de voltar para casa
E seguir o rasto das árvores no chão,
Pelo caminho conhecido, com o coração mirrado nas mãos
E as mãos nos bolsos como um apontamento antigo?
Não haverá outra história para viver, um jornal para cada um,
E súbita a esperança a queimar os lábios, a palpitar na boca,
Pronta a saltar e a arder todo o corpo?
Mas porque tem a pessoa de voltar para casa,
Cabisbaixa?

Manuel Resende


20 de Março de 2025

Giorgio Vasari



20 de Março de 2025

O salvavidas

Não é inútil amarmo-nos,
finalmente.
Tal como amestrar serpentes, exige de nós
técnica refinada e a lata
de actuar frente ao mundo de tanga
− nervos de aço.
Mas amar é também um ofício
saudável: a sua liturgia apazigua
o ócio que aliena – como Catulo sabia –
e perdeu as cidades mais felizes.
Sob a corda bamba dispõe – não peças
uma rede, pois tal não é possível – outra corda,
igual de frouxa, mas a última
tão inútil às vezes,
sob a qual mais nada resta.
E entreabre
janelas que te descomprimam a cólera
e mostrarão à tua noite
outras diferentes, e assim
possa o amor salvar-nos no fim do dia
do pior perigo que se conhece:
sermos apenas – e nada mais – nós próprios.
Por isso
agora que está tudo dito e feito e tenho
um coio no país da blasfémia,
agora que esta dor de emprenhar palavras
com a própria dor
me transferiu para lá dos limiares
do medo,
preciso do teu amor como analgésico;
vem sedar-me com os teus beijos de morfina,
põe os teus braços à volta da minha cintura,
ó minha tábua de salvação, não deixes que me afunde
no letal prumo da tristeza;
anda, traja-me de novo com a esperança –
mal me lembrava desta palavra –
ainda que me fique a fatiota tão grande como a uma criança
a camisa do pai;
vem administrar-me o esquecimento e o dom da inconsciência;
e proteger-me de mim – o meu pior e mais tenaz inimigo –
dar-me abrigo,
embora seja uma mentira –
porque tudo é mentira, mas
sabes torná-la piedosa –
e tapares-me os olhos
para me murmurares já passou, já passou, já passou
– mesmo que nada se passe, porque nada acontece –,
já passou,
passou,
já passou
já passou.
E se nada nos livra da morte,
ao menos que o amor nos salve da vida.

Javier Velaza, trad. António Cabrita



20 de Março de 2025

Equinócio da primavera

Entende-se por equinócio da primavera o momento em que o Sol cruza o plano do equador celeste (a linha do equador terrestre projetada na esfera celeste). Esse evento marca o início da primavera. Em 2025, o equinócio da primavera ocorre no dia 20 de março de 2025 às 9h01.


15 de Março de 2025

Agnolo Bronzino



6 de Março de 2025

Foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos

Foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos. Foi a idade da sabedoria, foi a idade da tolice. Foi a época da fé, foi a época da incredulidade. Foi a estação da luz, foi a estação das trevas. Foi a primavera da esperança, foi o inverno do desespero. Tínhamos tudo diante de nós, não havia nada antes de nós. Todos íamos direto para o céu, todos íamos direto para o outro lado.



5 de Março de 2025

Identidade

Matei a lua e o luar difuso.
Quero os versos de ferro e de cimento.
E em vez de rimas, uso
As consonâncias que há no sofrimento.

Universal e aberto, o meu instinto acode
A todo o coração que se debate aflito.
E luta como sabe e como pode:
Dá beleza e sentido a cada grito.

Mas como as inscrições nas penedias
Têm maior duração,
Gasto as horas e os dias
A endurecer a forma da emoção.

Miguel Torga