Inverno no verão (paradoxos aparentes)
Inverno no verão
(paradoxos aparentes)
Tinha guardada uma pequena jóia para usar quando viesse o verão e fosse preciso, apesar do calor, aquecer o frio da ausência com uma nota quente.
A ausência, sonho-a breve (mas sei que nunca é: milésimos de segundo que durasse e era já longa), mas a jóia saiu do envólucro e povoou-me o espaço em volta: oiço a Viagem de Inverno, de Schubert (1797-1828), até que volte quem ma deixou como penhor da beleza que inventa para mim.
A gravação original desta peça magnífica é tão antiga que já existia quando nasci. E estava à espera que deus in machina ma revelasse.
AmAtA
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Publicado em 25 de Junho de 2003