Sempre presente ( ou a pertença inafastável) Em ti eu vivo, onde estejas ausente: Em mim me morro, onde esteja presente. Mui longe estejas, sempre estarás presente: Tão perto eu esteja, e ainda estou ausente. E se ultrajada a natureza sente O meu viver em ti tão mais, que em mim: O alto poder, que abrindo sem motim, Infunde a alma em meu corpo impassível, Prevendo-a já sem uma essência assim, A ti a estende, como ao seu mais possível. Maurice Scève (1501-1564?), Rosa do Mundo, ed. Assírio e Alvim. Ana Roque --------