Silente (de palavras próprias) Este amor sigiloso, marginal, levanta-se desde o inacessível da noite para se colar aos dedos. (...) E o amor circula entre as dúvidas, fecundando o segredo do sono, suscitando mortes. São estes os lugares da tragédia: a feroz intromissão na paz alheia, o terror da própria respiração. O que se levanta esta noite é também magoado pelas hélices do tempo. Porque as feridas são repentinas contra a leveza do gesto, ardem. (...) Este amor deitado, nu, silenciosamente aqui. Vasco Gato, in Imo, Ed. Quasi, 2003. --------