Explicação (das palavras de outros)
Explicação
(das palavras de outros)
Um amigo, um grande amigo, um homem de quem gosto, que respeito muito, pela inteligência invulgar, pela cultura, pelo inconformismo, escreveu-me dizendo que, agora, não gostava do Modus. Porque eu punha as palavras de outros em lugar das minhas, porque me oculto no jogo de espelhos mais ou menos perverso, mais ou menos ingénuo, de usar os estados de alma alheios para encenar os meus, ou vice versa. Não importa, meu querido Amigo, não importa nada. Sempre escrevi, desde a primeira, rigorosa frase, para o mesmo destinatário, como se o blogue fosse uma carta lacrada. Sempre escrevi com as minhas palavras, com as dos outros, com o silêncio, com o grito, com a lágrima, com o sorriso, para o mesmo homem. Para o único que pressinto. Para o meu.
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Publicado em 22 de Abril de 2004