Assombro A fortuna de ter um rio aos pés, um rio para cruzar sob a luz fulgurante das manhãs cheias de sol e gaivotas, para atravessar em socalcos ansiosos nas tardes de vento e chuva, a barra escondida lá ao fundo, a baía caprichosa do mar da palha a fingir alterosa. E as noites, ou só aquela, as ruas silenciosas atravessadas em passo ainda alegre, te loquor absentem, em que, o ar cortado pelo vento, a lua se mostrou no rio que me levava de ti, tarefa impossível mesmo para um oceano. A cidade a deitar-se atrás dos meus olhos. Outros dias à espera. --------