Poema Cortesia de Maria Helena Roque Poema Kitsch Tu és o meu veneno e o meu vício uma forma de estar fora de mim sem ti o que era espera faz-se ofício a vontade de te ter noite sem fim esse tu não estares um breve indício de flores morrendo no jardim. Há um sítio em mim por habitar casa para sempre em construção há traves altos andaimes pelo ar estaleiro abandonado junto ao chão onde antes se julgava que era o mar não há vagas nem marés nem barcos vão. Se a hora de chegares fica esquecida não mais posso esperar tua presença o que antes era corpo tornou ferida tudo o mais reduto de indiferença pois onde agora a sombra estava a vida onde antes a luz a noite imensa. Bernardo Pinto de Almeida --------