Conversa sobre o inelutável (entre Gilgamesh e Enkidu) - Diz-me, meu amigo, a lei do mundo subterrâneo que conheces. - Não, não ta direi, meu amigo, não ta direi; se te dissesse a lei do mundo subterrâneo que conheço terias de te sentar a chorar. - Está bem, quero sentar-me a chorar. - Pois bem, o que amaste, o que acariciaste e que aprazia ao teu coração, como um velho vestido, está agora roído pelos gusanos. O que amaste, o que acariciaste e que aprazia ao teu coração está hoje coberto de pó. Antonio Escohotado, in Rameiras e esposas, ed. Mareantes. --------