In itinere Mais uns dias de mudança de espaço, o incómodo inerente à saison, cada ano mais domado, mas ainda assim parte do tempo em que as obrigações do trabalho cedem o lugar a outras, muitas vezes com maiores custos. Desta vez, não haverá sequer o café agradável, o acesso diário ao espaço virtual; não terei uma livraria a poucos minutos, alegre tentação das tardes, nem o mar, recompensa bastante para o esforço da mudança, me dará o som reconfortante para trazer na alma todo o ano. Desta vez, só mesmo a magnitude do céu nocturno, povoado de brilhos nunca visíveis na cidade, o silêncio absoluto que antecede a madrugada e o ouro do sol nascente no rio sob a casa, sob as minhas janelas, pagarão a falta do que me dá aos dias o grano salis. --------