(ou o outer world* ataca de novo) O tempo tem sido curto para a escrita habitual no Modus (entre as meias verdades e as liberdades poéticas, sempre), pelas melhores e mais brilhantes das razões, mas o curso da realidade não se suspende e é preciso regressar ao terreno, à compensação do que se faz com gosto (e como modo de vida) e ao olhar, atento e bem desperto, sobre o ambiente circundante. E este é um mês onde se aguardam coisas interessantes - depois do discurso circular de Sampaio, da eterna sugestão dos pactos de estabilidade, da repisada necessidade de crescimento, espera-se que haja qualquer coisa de novo no ar. Sendo certo que é preciso algum optimismo (os cépticos diriam mesmo autismo...) para esperar muito da campanha eleitoral que se aproxima, ao menos há uma curiosidade natural face aos Estados Gerais II do PS (baptizados com acerto duvidoso como Novas Fronteiras) e uma provavelmente infundada esperança na capacidade de os partidos que perderam o Governo conseguirem tornar este período num momento de propostas coerentes (o que, pelo andar da carruagem,deve ser uma autêntica impossibilidade nos termos - veja-se o caso do convidado/desconvidado número dois da lista do PSD para o Porto). Em qualquer caso, com ou sem maldição chinesa a cair-nos em cima, certo que é que algumas coisas poderão mudar para melhor, se houver uma aposta das pessoas na mudança e na renovação - para uma melhor definição do papel do Estado na vida económica, para uma clarificação das políticas sociais na esfera que independe das regras e princípios comunitários, para o relançamento de uma participação cívica que, se é verdade que foi sempre deficitária, tem atingido sucessivos níveis de revisão em baixa mais do que preocupantes nos anos mais recentes. Enfim, dia a dia na universidade implantado de novo, coisa pública a requerer focus - nada mau para começo de ano (por mais arbitrária que seja a divisão temporal), e tudo isto à luz nova de um modus vivendi infinitamentediferente e mais pleno. *a primeira escolha seria "o mundo lá fora", mas a discrição impede tal subtítulo denunciador...