(said he) A construção de uma relação amorosa não é um percurso nefelibata - se há (e nem sempre há...) um período meta(-eu)fórico, de (re)conhecimento e projecção intensiva do eu no outro, a realidade fica a aguardar, paciente e inevitável, algures num tempo próximo. É aí, justamente no primeiro ponto de viragem entre o "ser" e o "nada" do amor que se desenhará a expansão possível. O deslumbramento a luz e cor dá lugar à razão, o entusiasmo recorrente é substituído pelo olhar da normalidade, mesmo que encantada e encantadora. Há uma nova dimensão a descobrir, uma nova dinâmica a cultivar: a primeira vez que o olhar diverge, desligado, abre uma perspectiva que é preciso saber viver. Para fazer então o resto do caminho, sem fim à vista.