Gostava da respiração nova que tinha aprendido como quem estuda um idioma hermético, das palavras, ditas ou somente desenhadas no contorno doce dos lábios, do olhar novo que iluminava os dias de horas ligeiramente trocadas. Gostava da realidade superior à ficção, da sincronia quase perfeita, do desejo em perpétuo retorno. Sabia que o tempo não espera, não abranda sequer, usa e abusa, dá e tira com idêntico à vontade, e usou os mais vulgares expedientes para fingir o contrário. Firme e carinhosamente chamada à razão, ponderou e, a custo, escolheu: depois do deslumbramento com a felicidade, declarou-se finalmente pronta a vivê-la.