E no entanto, dias há em que o cinzento é mais forte do que o azul que ele tapa, consistente e gélido até ao limite das entranhas. Dias em que tudo parece sem sentido, ou sem todo o sentido que parecia ter antes, dias em que apetece ter poderes mágicos para devolvermos quem amamos ao seu verdadeiro, autêntico e originário amor, que faríamos feliz e sorridente como numa antiga foto, que seria um milagre como o invocado nas palavras escritas em tinta breve nas páginas iniciais de um livro que nunca mais se lerá - e assim nos libertaríamos do peso, da angústia, do fardo incomensurável da impossível perfeição. Vem, noite.