Como distinguir o amor próprio ferido da pura desilusão? Como lidar com factos que, passados embora, são de súbito tornados tão recentes que arranham a pele (mas só a pele...) em sulcos de sangue? Como olhar para um tesouro e tentar perceber até que ponto os seus materiais são realmente nobres? A partilha de uma libertação conseguida por quem se ama pode ser um presente envenenado, trazendo uma luz que torna diferente o tom usado na própria memória parao arquivo de meses vividos em encantamento. Toda a aprendizagem comporta um trabalho. Toda a verdade vale mais que uma ilusão, qualquer ilusão. Todo o percurso amoroso exige que se abandone o egocentrismo e se abrace o outro. Toda a construção implica persistência. Todo o sofrimento pode ser transmutado em maturidade. Oxalá.