Surdo, subterrâneo rio de palavras me corre lento pelo corpo todo; amor sem margens onde a lua rompe e nimba de luar o próprio lodo. Correr do tempo ou só rumor do frio onde o amor se perde e a razão de amar --- surdo, subterrâneo, impiedoso rio, para onde vais, sem eu poder ficar? Eugénio de Andrade