«O tempo há-de-nos ensinar como se faz. O que é preciso é que haja vontade, a intenção. É isso que te peço. Sinto que há um verdadeiro laço entre nós os dois, que com o tempo se tornará cada vez mais forte, como é natural. (...)Sinto que gosto muito de ti. Desculpa o modo atabalhoado como digo estas coisas, mas não tive tempo de compor um discurso bem falante. Sinto que o destino ou Deus ou algo nos concedeu a graça da presença um do outro. E seria estúpido desperdiçarmos esta oportunidade. É importante não deixar que por um orgulho idiota, por desconfiança, por falta de imaginação ou de esperança estraguemos tudo. A partir de agora e para o futuro, devemos manter-nos juntos. Não interessa saber o que significará isso exactamente, ou que implicações terá, vê-lo-emos à medida que o tempo for passando. Mas que dizes - aceitas? Estás disposto a tentar?» Iris Murdoch, in O Mar, o Mar, ed. Relógio D'Água, trad. José Miguel Silva.