Há temposescrevi, a propósito do fim anunciado da revista Grande Reportagem, como lamentava perder (a par de outros textos, como os editoriais corajosos de Joaquim Vieira ou as crónicas "pessoais" de Pedro Mexia)as palavras directas,despreconceituadas, um tanto impiedosas mas tantas vezes bem humoradas publicadas sob pseudónimo na colunaO sexo e a Cidália.E, na edição de ontem da GR, a escrita da Cidália volta a dar-me inteira razão para tal; num texto intitulado Oabandono, cita Hanif Kureishi e termina com uma verdade ostensiva: Uma vez li num livro do Hanif Kureishi estas palavras certeiras: «Somos infalíveis na nossa escolha de amantes, particularmente quando precisamos da pessoa errada... a pessoa errada é, obviamente, certa para nos dar a impressão de não ser inadequada,mas quase certa, mantendo-nos assim presos no limbo do amor.» (...) Todos nós somos abandonados na altura ideal, mas só descobrimos depois.