Foi tarde!
Soubera eu
Que o inferno eram vagas de silêncios
De verdades que não ousámos admitir,
E que nas margens do purgatório
Se deleitavam os ruídos que evitámos
Com os confrontos adiados a fazer-lhes guarda
E que à porta nos abririam os braços
Os amanhãs perdidos,
E teria ficado mais tempo a contemplar a fúria
E baniria do dicionário íntimo a prudência.
Ana Paula Zeferino
Publicado em 22 de Dezembro de 2005