Quem me dera rasgar o coração com uma navalha, encerrar-te lá dentro e voltar a fechar o peito, para que dentro dele tu estivesses, para que em mais nenhum tu habitasses, até ao dia da ressurreição e do juízo final. Assim viverias comigo enquanto eu existisse, e assim ficarias, entre as dobras do meu coração, mesmo depois da minha morte, rodeada pelas trevas do sepulcro. Ibn Hazm, trad. David Mourão-Ferreira, in Vozes da Poesia Europeia, Colóquio Letras nº 163.