(gentileza de Amélia Pais) Quem arranca de noite o coração do peito deseja a rosa. Pertencem-lhe a sua flor o seu espinho. A esse põe ela a luz no prato, com o seu sopro enche-lhe os copos, só para ele sussurram as sombras do amor. Quem arranca de noite o coração do peito e o arremessa ao alto: não falha o alvo, apedreja a pedra, a esse bate-lhe o sangue fora do relógio, o tempo faz-lhe soar na mão a sua hora: pode brincar com bolas mais bonitas e falar de ti e de mim Paul Celan, tradução de João Barrento.