Leio, passo meu tempo a ler. Sou uma criatura do livro, mas tenho um bom número de outras paixões. (...) A solidão é, sem dúvida, a grande prova. Valerá a pena viver-se, viver consigo próprio? De uma maneira que sou incapaz de formular, redescobrimo-nos sós no mais fundo do amor e da sexualidade. Como na morte. As sociedades de consumo e as utopias igualitárias tentaram fazer com que o esquecêssemos. Pelo meu lado, foi uma coisa que sempre me pareceu evidente. A morte, sinto que será uma coisa interessante. Receio que não seja um interesse a partilhar. Georges Steiner, entrevista por Ronald A. Sharp, in Os Logocratas, ed. Relógio D'Água, trad. Miguel Serras Pereira.