Ó meu coração, torna para traz. Onde vais a correr desatinado? Meus olhos incendidos que o pecado Queimou! Volvei, longas noites de paz. Vergam da neve os olmos dos caminhos. A cinza arrefeceu sobre o brasido. Noites da serra, o casebre transido... Cismai, meus olhos, como uns velhinhos. Extintas primaveras, evocai-as. Já vai florir o pomar das maceiras. Hemos de enfeitar os chapéus de maias. Sossegai, esfriai, olhos febris... Hemos de ir a cantar nas derradeiras Ladainhas...Doces vozes senis. Camilo Pessanha