Eis a dádiva da noite: fenda, cova, gruta, porta casto pássaro sem canto cisterna oculta no bosque concha perdida na praia viva natureza-morta. Um corredor de coral matriz e canal de mangue trilha, sebe, valva, furna voluta cheia de adornos desfiladeiro da tarde tumba de sol e corola sereno da madrugada. Manga madura da infância que cai num chão de mentira sol de lábios e camélias esconderijo dos sonhos caminho do descaminho brancura negra da carne pousada em seu próprio ninho abertura pura e escura entre-fechado botão ou entreaberta rosa na noite misteriosa. Lêdo Ivo