Vestígios de magia II
Este voo de cor voo caído,
pano guardado no ar preso por mãos
perdidas de sua forma: voo ruído,
que traços traz, que letras, que mistura
que nem chega a compor-se nos sentidos?
Atrás desse tremor coloco o ouvido,
atrás do ouvido as mãos, busco a figura
do súcubo no escuro. Qual seu dom?
de assaltar-me e fugir, de ser perdido
acúmulo de sombra, assombração?
Vejo os dedos; agulhas distribuídas,
multiplicam-se quietas, trazem linha
nas unhas - aparecem resguardadas
no enleio derramado dos sorrisos.
F. Castro Chamma
Publicado em 3 de Maio de 2007