Transforma-se o amador em coisa alguma, sem dolo, sem virtude, sem razão. Por muito amar, dispersa o coração e rói daquilo que é a alma nenhuma. As esperanças perde, uma a uma, de decifrar o rosto da paixão. Sem rumo, ilhado entre o sim e o não, perde-se no amor de um mar sem espuma. Transforma-se o amador em coisa errante, atira ao vento um grito enrouquecido, buscando encontrar-se na coisa amada. A pele rota, o gesto vacilante, transforma-se, de amar como um perdido, em sombra de si mesmo, ausência, nada. Carlos Felipe Moisés