As águas que isto são os povos e As nações e as línguas Veja-se: são águas verdades e profundas de um mar imenso e indevassável. Vejo-as depois escurecendo sob a noite e ouço-lhes o gemido nos rochedos. Sobre o impassível líquido soturno dorso do mar que ao longe se retorce outras águas em vão, de chuva doce como inútil consolo se despejam. Dentro da noite inteiramente escura as, águas se misturam, confabulam para a revolta em líquida linguagem. Ai de vós, ai de vós margens e diques, arrecifes, limites e rochedos, se as águas de manhã vos atacarem. Jorge Medauar