Há um resto de noite pela rua Que se dissolve em bruma e madrugada. Há um resto de tédio inevitável Que se evola na tênue antemanhã. Há um resto de sonho em cada passo Que antes de ser se foi, já não existe. Há um resto de ontem nas calçadas Que foi dia de festa e fantasia. Há um resto de mim em toda a parte Que nunca pude ser inteiramente. Ildásio Tavares