Real, real, porque me abandonaste? E, no entanto, às vezes bem preciso de entregar nas tuas mãos o meu espírito e que, por um momento, baste que seja feita a tua vontade para tudo de novo ter sentido, não digo a vida, mas ao menos o vivido, nomes e coisas, livre arbítrio, causalidade. Oh, juntar os pedaços de todos os livros e desimaginar o mundo, descriá-lo, amarrado ao mastro mais altivo do passado! Mas onde encontrar um passado? Manuel António Pina