Geórgicas IV, ou Da nostalgia
Enfim, é o estrondo – a aparição do tempo
com, dentro, o ímpeto que o leva a espaço.
E a essa cesura do momento
que paira, desde então antepassado
de um outro luto que há-de vir de dentro
do recuo infinito. De onde o acaso
ficou a vir perpetuamente a verbo
e a aproximar esse recuo. A dá-lo
para lá do estrondo. Da nostalgia. Do erro
das galáxias que estendem o espaço
desde o recuo. A dá-lo
para lá do estrondo. Da nostalgia. Do erro
das galáxias que estendem o espaço
desde o recuo, cada vez mais denso,
e a irradiar, muito mais negro, ao largo.
Fernando Echevarría
Publicado em 21 de Outubro de 2007