No cesto da feira, na vitrine gelada de um copo de suco, os frutos acendem a alegria das cores. Um fruto é o tempo que não esqueceu o sabor. É ainda o mesmo o novo fruto, e sempre antiga dessa polpa a tradução: na superfície da língua, no interior da pupila, são úmidas carícias dissolvidas em suco. Outro sol ilumina a eternidade de um fruto. De dentro pra fora, na textura da pele, explodem memórias de dulcíssimos nomes: uva, carambola, morango, graviola, pinha, laranja, melancia, mamão - de nomes doces até o tamarindo e o limão -, lembram o açúcar, a face da infância, o amargo e o doce da revivida lembrança. Weydson Barros Leal