1 Quando, ansiosa, pela primeira vez pisares a terra que te ofereço, estarei presente para auscultar, no ar, a viração suave do encontro da lua que transportas com a sólida a materna nudez do horizonte. Quando, ansioso, te vir a caminhar no chão de minha oferta, coloco, brandamente, em tuas mãos, uma quinda de mel colhido em tardes quentes de irreversível votação ao Sul. 2 Trago para ti em cada mão aberta, os frutos mais recentes desse Outono que te ofereço verde: o mês mais farto de óleos e ternura avulsa. E dou-te a mão para que possas ver, mais confiante, a vastidão sonora de uma aurora elaborada em espera e refletida na rápida torrente que se mede em cor. 3 Num mapa desdobrado para ti, eu marcarei as rotas que sei já e quero dar-te: o deslizar de um gesto, a esteira fumegante de um archote aceso, um tracejar vermelho de pés nus, um corredor aberto na savana, um navegável mar de plasma quente. Ruy Duarte de Carvalho