Encontrei-me iluminado nos telhados, era vago, era despovoado, era lindo. Tinha a tristeza de uma cisterna abandonada por preguiça de outras gerações. Agora, ainda posso ver o meu choro discreto quando no meu voo os olhos grandes me deixam ver o sol em pausa. Além, mesmo além - o silêncio regressava aos braços cansados e sábios para junto dos homens que volviam plácidos. Além, mesmo além o silêncio trazia no fundo chamas de queimar deuses e o próprio háli- to dos deuses. E queimava, queimava o solo vestido hora a hora até que das chamas colhia o segredo da vida e da morte. Além, mesmo além vago e despovoado eu caminhava mais um pouco ainda com neve nos cabelos em ferida. Que ninguém respire. A hora não é de respirar, reconheço. No meu fato de espectador mal arrumado exposto à porta de uma paróquia de condenados não é de respirar, reconheço. Mais rei acompanho a minha antiguidade que parte nervosa para uma grande viagem. A meio do dia tomarei a meu gosto um pouco de moral no sangue. Fernando Alves dos Santos