O homem é frágil e sedento como a erva, Insaciável como a erva, e os seus nervos são raízes que alastram. Quando é tempo de colheita, Prefere que as foices silvem em seara alheia, Quando é tempo de colheita, Uns gritam para esconjurar o demónio, Outros perdem-se nas riquezas, outros peroram; Mas, esconjuros, riquezas e retórica, Quando os vivos estão longe, de que servem? Talvez o homem seja outra coisa? Talvez não seja isto que transmite a vida? Há um tempo para semear, há um tempo para colher. Giórgos Seferis, tradução Manuel Resende