Finalmente, os dias...
A praia foi lugar de muita espera.
A maré molhou-te
De improvisos. Chegou a noite
E abriu-te as portas
Ao sol poente. A noite
Para os poetas.
Sei que não existes
Só porque o desejo.
O teu rosto
Corroído
Pelo fogo. Se nos encontram,
Rejuvenesces
E eu clamo: amo-te!
Paisagem
Cercada de mar profundo.
Montanhas, uma baía
Que a muitos se parece
Na idade, que não esquece
A poeira que há nas almas,
Nem as areias que as invadem.
Passaram dias sem que a vida ousasse
Sujar-me de atritos
E a vida foi um gesto de água
Intenso de tráfego
Na ilha. Finalmente, os dias...
Ruy Cinatti
Publicado em 26 de Março de 2008