Veneno
a poesia envenenou-me
já não há mais tempo
a lua investirá com seus chifres
e as cebolas no escuro despertarão
o olho do coração
da cadeira
de balanço
a Paciência contempla a penugem dourada das horas
enquanto um gato dorme
sobre sua cabeça
uma tempestade de diamantes
arremessará suas flechas
sobre o Estreito de Magalhães
exatamente assim
passará um milênio
Ruy Proença
Publicado em 16 de Abril de 2008