Aviso
(gentileza de Amélia Pais)
Eu, porém, aviso-vos
Que vivo pela última vez.
Nem de andorinha, nem de plátano,
Nem de canavial, nem de estrela,
Nem de água de uma fonte,
Nem de repicar dos sinos
Virei perturbar as pessoas
E os sonhos alheios visitar
Com um gemido insaciado.
Anna Akmhatova, trad. Joaquim Manuel Magalhães e Vadim Demitriev
Publicado em 23 de Junho de 2008