Basta
Bastam as mãos
apegadas ao formão e o martelo
desbastado ao desenho
em giz cera e grafite errático
sobre o corpo nu que na cama
arde desejos de saudade
sabe que o pó entranha a pele
e os pés descalços passam
em certeira cor
o mistério contado
como verdade, recortado
demonstra o que se encontra
sobre a pedra
em formato de traços
e a cor polida
com que se apresentam as obras feitas
sem enfeites bastam as mãos
repostas sobre a obra.
Pedro Du Bois
Publicado em 23 de Julho de 2008