Deito-me no teu corpo como se fosses a minha última cama no meu quarto de hóspede dos dias. Deito-me e velo a criança lúcida que dorme reclinada na orla marítima do silêncio. Ali onde o tempo se anula e renova na substância palpável dum gesto ou dum olhar colhidos sobre a água construo a minha casa, habito o espaço inteiro disponível para a vida, necessário para a morte. Albano Martins