Como se não tivesse substância e de membros apagados. Desejaria enrolar-me numa folha e dormir na sombra. E germinar no sono, germinar na árvore. Tudo acabaria na noite, lentamente, sob uma chuva densa. Tudo acabaria pelo mais alto desejo num sorriso de nada. No encontro e no abandono, na última nudez, respiraria ao ritmo do vento, na relação mais viva. Seria de novo o gérmen que fui, o rosto indivisível. E ébrias as palavras diriam o vinho e a argila e o repouso do ser no ser, os seus obscuros terraços. Entre rumores e rios a morte perder-se-ia. António Ramos Rosa