O inferno, aqui. Deve ser normal. Um choro de criança, no andar de cima, sobrepõe-se à música que não ouço e que é talvez de Brel (nenhum quarteto de Mozart serviria agora) Há dias assim. Os guindastes da insónia não seguram a voz, desastre anunciado pela teimosia de pássaros suburbanos. Coisas de muito esquecer, se eu pudesse. Mas o corpo hesita, volta a ser o envelope vazio de um destino por assinar - e que nada tem, neste momento, de «literário», Sinto a luz na garganta, sufoco discretamente, alheio ao excesso . de imagens que me traz o dia. , A alegria, se quiserem, fica para mais tarde. Aqui, de novo, morre-se muito mal Manuel de Freitas