A recusa das imagens evidentes
Há um cipreste que se dissimula
No dia que nos leva pela mão.
E entre brasas de sol que ardem na rua
Uma pomba que faz de coração.
Voa: uma linha recta para a lua
Em sonhos que nos levam de balão.
Perversidade de uma paz futura
Onde só chegaremos de caixão?
E nada nos recorda esse futuro
Escondido atrás das nuvens que trouxeram
Ao nosso rosto os olhos prematuros
Das órbitas reais que nos esperam.
Natália Correia
Publicado em 24 de Outubro de 2008