Aprendendo a Voltar
em cada gesto
a lembrança estraçalha:
o menos se transtorna
em mais que nada
a fome e a sede se completam
nas desgraças: o sentido confuso
leva o rosto ao espelho
minha imagem
refletida
na solidão
do quarto
a luz apagada multiplica
o espaço inacabado: em cada
canto o instante anterior
estabelecido no remorso
depois: o sono atravessa
a noite, a manhã me atrasa.
Pedro Du Bois
Publicado em 4 de Outubro de 2008