III Será que este instante te acomoda no tempo? A desvanecer-se como o tufão que mercuriza os ilhéus, um trigo lento e milenar em germinação, a pirâmide que se anguliza. Somos cúmplices, onde o rosto desponta e devora e surge a cidade submersa da infância, há um calor tão denso quanto é estridente, rumorejante, a tua memória. Sentes no teu dorso o escaninho que conduzes? Avalias o que isto cala para a jornada? Contém gestos e palavras. Alucina-te, mas silencia. Corrói-te. No invisível despontar das sombras compassa o futuro, dilacera lentamente o pão. Alonga as facas que cristalizam os gestos. É já o momento chegado. Aguarda ainda, não soltes os cães da noite, as esponjas envolventes, nas áleas de choupos que bordejam os pequenos rios, sê contido até cercares, interrompe a dor que te sobe no peito, a crisálida da fúria. Ataca. Carlos Eurico da Costa